O que é o Complexo de Édipo e por que ele importa na psicoterapia psicanalítica?
- psicomayarasander
- 9 de abr.
- 2 min de leitura
Você já ouviu falar do complexo de Édipo e achou tudo meio confuso, com cara de coisa antiga ou exagerada? Não se preocupe, você não está sozinho! Mas entender esse conceito pode ajudar (e muito) a compreender melhor os caminhos do nosso psiquismo e os conflitos que carregamos desde a infância.
O que é o Complexo de Édipo?
O termo foi criado por Sigmund Freud, o pai da psicanálise, e tem esse nome por causa de uma tragédia da mitologia grega: Édipo, sem saber, matou o pai e se casou com a mãe. Freud usou essa história como uma metáfora para descrever uma fase natural do desenvolvimento infantil, que acontece por volta dos 3 aos 6 anos de idade.
Durante esse período, a criança desenvolve um vínculo afetivo intenso com o genitor do sexo oposto (por exemplo, meninos com a mãe) e percebe o outro genitor como um “rival” por esse amor exclusivo. Mas calma: isso não significa que a criança quer, de fato, “substituir” um dos pais. É uma fantasia inconsciente e simbólica, e parte do processo de formação da identidade.
Para que serve isso?
Essa fase tem um papel muito importante: é através da vivência e superação do complexo de Édipo que a criança começa a compreender as regras, os limites, a existência do outro, e a se posicionar no mundo — como sujeito separado, com desejos próprios. É aqui que o "eu" começa a se formar com mais clareza.
A resolução (ou não) desse complexo pode influenciar nas relações afetivas, na maneira como nos colocamos nos relacionamentos, nas nossas repetições inconscientes, nos sentimentos de culpa, ciúmes, insegurança, e até nas nossas escolhas amorosas na vida adulta.
E na psicoterapia analítica?
Na psicoterapia analítica, especialmente nas linhas que se inspiram em Freud e Jung, o complexo de Édipo pode surgir como um tema central na investigação do inconsciente. Ele ajuda o paciente (com a ajuda do terapeuta) a entender:
De onde vêm certos padrões nos relacionamentos;
Como antigas vivências com os pais ainda influenciam sua vida emocional;
Quais conflitos internos ainda estão ativos e precisam ser simbolizados;
Como a sexualidade, a rivalidade, o desejo de ser amado e a culpa aparecem na sua história.
Ao trazer isso à consciência, o paciente pode reestruturar sua forma de se relacionar consigo mesmo e com os outros — saindo de repetições inconscientes e abrindo espaço para novas possibilidades.
Em resumo: o complexo de Édipo não é um “drama grego”, mas uma chave simbólica que ajuda a entender as raízes do nosso mundo interno. Ele mostra que crescer é também aprender a lidar com o desejo, com os limites e com o amor. E a psicoterapia é um espaço seguro para explorar tudo isso — sem julgamentos, com acolhimento e escuta.
Se esse tema te tocou de alguma forma, talvez seja um convite do seu inconsciente para mergulhar mais fundo em si mesmo.
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